(atualizado em 1º/12 – 17h35)
Fernando Carvalho, ex-presidente do Internacional e atual diretor de futebol, disse assim nesta quarta-feira (30/11) a respeito da última rodada do Brasileirão, adiada por causa da tragédia da Chapecoense:
“Temos nossa tragédia particular, que é fugir do rebaixamento. A pausa vai ser prejudicial.”
A rodada seria disputada neste domingo, 4 de dezembro, e foi transferida para dia 11/12 por uma decisão da CBF atendendo aos apelos da comunidade do futebol brasileiro.
Internacional enfrenta o Fluminense no Rio. Para não ser rebaixado à Série B, tem de vencer seu jogo e torcer por tropeços de Vitória contra Palmeiras ou Sport diante do Figueirense.
Na quinta-feira, Fernando Carvalho pediu desculpas e disse que usou mal a palavra “tragédia”. Não mudou a essência de sua declaração.
Ainda nesta quarta-feira (30/11), Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, teve o seguinte diálogo com Ivan Tozzo, presidente em exercício da Chapecoense:
“Ainda não pensamos (sobre como será o jogo). Conversei com o presidente Del Nero sobre a partida contra o Atlético-MG. Ele disse: ‘Este jogo tem que acontecer. Tem que ser uma grande festa’. Respondi: ‘Não temos 11 jogadores’. Del Nero disse: ‘Tem sim. Vocês têm categoria de base, os jogadores que ficaram. Não importa. Tem que fazer uma grande festa. Chapecó e a Chapecoense merecem'”, revelou Ivan Tozzo.
O jogo Chapecoense e Atlético-MG seria o último da Chape neste Brasileirão-2016. Dirigentes do clube mineiro já se manifestaram contrários à realização dessa partida. Admitem consultar a CBF se não seria o caso de cancelar o jogo, que não teria interferência direta na tabela de classificação, portanto, sem prejuízos aos outros clubes.
Nesta quinta-feira (1º/12), Daniel Nepomuceno, presidente do Atlético-MG, comunicou à CBF que o Galo não vai jogar contra a Chapecoense. Ivan Tozzo, da Chape, disse a decisão do dirigente mineiro era a mais sensata. A CBF disse que não tem como anular o jogo.
Declarações como essas de Fernando Carvalho e Del Nero mostram o tamanho da estupidez de boa parte dos nossos dirigentes.
Por isso aprendi, nesses mais de 32 anos de jornalismo dedicado ao futebol, a não confiar nos cartolas.
Tragédia da Chapecoense, mesmo com tanta dor, vai mostrar quem tem e quem não tem caráter no futebol brasileiro.
Prefiro a sensibilidade dos poetas, como no vídeo abaixo:
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