Eduardo Baptista entra na encruzilhada dos aflitos

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Eduardo Baptista não criou empatia com o Palmeiras e sua torcida. Desde o anúncio da sua contratação, no início de dezembro passado, se percebe a má vontade da maioria dos torcedores com seu estilo de trabalho. Uma espiadela nas redes sociais e se tem a dimensão do estrago. Um pouco assustado com o imediatismo e o tamanho da encrenca a ser resolvida, o treinador, como rege a lei pobre do futebol, teria de reverter com vitórias. Não com uma simples, sem impacto, e sim com uma maiúscula. Daquelas de não deixar dúvidas. E ela se ofereceu no clássico contra o Corinthians. Baptista não aproveitou. Pode ter sido a gota d’água a transbordar o oceano logo ali.

Exigente por natureza, muitas vezes sem nenhuma razão, o palmeirense não vai esperar por uma redenção do treinador. Poderia ter um pouco mais de paciência se o time tivesse derrotado o arquirrival no primeiro grande desafio da temporada. Ainda mais na casa do inimigo. Diante das circunstâncias do clássico, não seria penoso o Palmeiras humilhar o dono da arena como havia feito ano passado. Pior. Em vez de se impor, se deixou sair batido em Itaquera por 1 a 0 nos minutos finais quando não se tem tempo para mais nada a não ser o lamento dos derrotados.

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Quem acompanhou o clássico sem esgarçar os nervos percebeu que o Palmeiras estava desorganizado desde o começo do jogo. Um corpo bem distante do outro. Uma falta de clareza de ideias, sem transição da defesa ao ataque e um abuso de ligação direta sem propósito. Na hora de conter o avanço da tropa inimiga, suas linhas tortas também não funcionaram. Tudo isso no primeiro tempo.

622_9f705ce7-6b4c-390e-b894-8e165c9f2fcaNo segundo tempo, quando tinha um jogador a mais por causa da ridícula expulsão de Gabriel no final da primeira parte do clássico, entrou ainda mais em parafuso. Rodou a bola com soberba diante de um Corinthians humilde e lutador. Não encontrou uma única solução para vencer Cassio. Expôs de forma muito clara a falta de propostas. Por isso, Baptista saiu condenado do clássico. Ao dar o gol de presente a Jô, conheceu o castigo maior.

No futebol, as regras são claras. Perder um jogo grande pertence ao mundo real. Conquistar sua torcida com derrotas não faz parte do enredo. Eduardo Baptista, por mais imaturo que seja, conhece essa lógica. Crueldade ou não, entrou na encruzilhada dos aflitos  e sua cabeça está na bandeja.

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