Palmeiras aniquila São Paulo e manda duro recado a Rogerio Ceni

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Palmeiras está de volta e mostrou que pode muito mais ao despachar o São Paulo por 3 a 0 no Allianz Parque diante de 36 mil torcedores. Em nenhum momento do clássico deixou o adversário respirar. Apresentou bom repertório, obediência tática e um entusiasmo acima do normal. Quanto ao time de Rogerio Ceni, o alarme disparou. O time repetiu a rotina de gols sofridos, exibiu uma penca de volantes na função de meias sem a nenhuma clareza e não teve outra proposta de jogo quando se viu em dificuldade. Posse de bola, como Ceni gosta, não é sinômino de vitórias.

Mesmo forte e superior ao rival, o Palmeiras não arregaçou no primeiro tempo. Aliás não havia muito o que falar do clássico até Dudu escrever uma obra-prima. Um gol daqueles de emoldurar na parede, de ser visto e revisto até os olhos cansarem. Começa com uma roubada de bola em cima do fraco Buffarini, na beira do campo, passa pela percepção de que Denis estava adiantado na proteção da sua meta, segue com o chute de três dedos, a bola voando até cair dentro da rede. Tudo isso em frente a Rogerio Ceni, que nos seus tempos de goleiro havia sofrido dois gols por cobertura do Palmeiras em 2015 – autoria de Robinho.

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Este gol de Dudu era o recompensa justa a um time mais organizado e bem estruturado para encarar o clássico. Marcou como manda a cartilha em jogo entre gigantes. Em nenhum momento deu trégua ao rival na saída de bola e só não incomodou o goleiro como se esperava porque arriscou poucos chutes ao gol.

Do outro lado, se viu a desconstrução do São Paulo, um time impetuoso com a fama precoce de ter um ataque demolidor e uma defesa fantasma. Nos primeiros 45 minutos, deu apenas um chute a gol – Thiago Mendes de longe. Pouco para quem se apresentava um rolo compressor desde que Ceni assumiu o comando. Quanto à defesa, a rotina – agora são 17 gols sofridos na temporada.

A desculpa teria sido a ausência de Cueva, o articulador do ataque, o alimentador de Pratto e Luiz Araújo. Sem o peruano, a luz se apagou. E aí cabe um pergunta: o time de Ceni, aclamado como grande novidade na área dos técnicos neste começo de 2017, depende de um homem só? Cueva não estava e o São Paulo se pulverizou. Até o menino Luiz Araújo, outro inquestionável neste início de competições importantes, desapareceu.

Ceni em nenhum momento conseguiu estruturar sua equipe. João Schimidt e Cícero não respiraram. Jucilei quase um zero à esquerda. E Thiago Mendes não sabia se estava no Allianz Parque ou no Morumbi. Travados pela marcação do Palmeiras, eles não deram vida ao São Paulo.

Bem, então vamos voltar ao gol de Dudu. Sob o efeito dessa jogada lisérgica, o time de Eduardo Baptista entendeu que era preciso amassar o adversário. Havia um segundo tempo inteiro pela frente. E deu dó. Quando Tchê Tchê fez o segundo gol, aliás outro belo tento, havia apenas o Palmeiras em campo. Ceni estava nas cordas sem saber o que fazer.

Ao sofrer o terceiro gol, uma pixotada de Denis que Guerra aproveitou, acendeu o sinal de que viria uma goleada. E só não aconteceu por falta de pontaria dos palmeirenses. Absoluto no jogo, Palmeiras mostrou coerência do começo ao fim e deixou claro a enorme distância que o separa do São Paulo.

Também pode ser um novo ponto de partida para Eduardo Baptista. Neste clássico, mostrou que começa a usar bem as inúmeras opções que têm no grupo de jogadores e armar o time com boa leitura do jogo do adversário. Estrangulou Ceni. É um caminho.

(texto publicado no CHUTEIRA FC)