Tite cada vez mais sozinho

Tite perde mais um assessor importante na comissão técnica da Seleção Brasileira. Sylvinho, seu homem de confiança e auxiliar com direito a participar até de coletivas de imprensa ao seu lado, como fez na Copa da Rússia, vai assumir o comando do Lyon da França. Já. Antes mesmo da Copa América.

É nítido e cristalino o isolamento de Tite na CBF.

Sylvinho sai agora. Edu Gaspar, gerente de Seleções por exigência de Tite quando assumiu a Seleção em 2016, pega o boné após a Copa América. Vai assumir o cargo de diretor de futebol do rico Arsenal da Inglaterra.

Sem Gaspar a dar guarida, sem a muleta de Sylvinho, os dois ex-jogadores do Corinthians com boa passagem pelo futebol europeu no início dos anos 2000, Tite perde força. Auxiliares que permanecem com ele têm um currículo modesto, apenas no futebol brasileiro, sem lastro internacional.

A situação é tão constrangedora que nenhum dirigente graúdo da CBF e muito menos o presidente recém-empossado Rogerio Caboclo, sentaram à mesa com Tite no anúncio da convocação dos 23 jogadores do Brasil para Copa América nesta sexta-feira (17/5) na sede da CBF.

Chama atenção ainda Cabloco não ter dado uma declaração mais enfática e de público pela permanência de Tite no comando da Seleção diante de uma eventual derrota na Copa América – de 14 de junho a 7 de julho no Brasil.

Caboclo nem mesmo assinou um documento bancando Tite até a Copa do Mundo de 2022 no Catar, apesar de o técnico ter renovado contrato após fracasso na Copa da Rússia 2018.

A hora é agora. Mas o presidente da CBF não coloca as mãos no fogo por Tite.

Bastidores na CBF e nos burburinhos do futebol brasileiro atestam que ganhando ou perdendo a Copa América, Tite será demitido. Renato Gaúcho, atual comandante do Grêmio, é o preferido da cartolagem para assumir o escrete.

Tite tem alta quilometragem no futebol. Sabe que está tão firme na chefia da Seleção como um prego fincado na areia. Até por isso deu uma entrevista para lá de burocrática, sem entusiasmo, ao anunciar a convocação dos 23 jogadores para Copa América. E ainda se esquivou de responder sobre a crise Neymar. Enrolou.

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Nem mesmo o apelo de Edu Gaspar, dizendo que todos da comissão técnica encaram a Copa América no Brasil com um grande prazer, alegria, e não como um instrumento de pressão, levantaram astral de Tite.

“Desde que assumi o Guarani de Garibaldi lá no início (de carreira de treinador), a pressão tem sido diária”, disse Tite ao ser questionado a respeito da pressão por ganhar a Copa América e garantir o emprego.

Diante desse cenário árido, Tite não se sentiu encorajado a fazer uma renovação mais aguda na Seleção Brasileira. Optou pela maioria de jogadores que está com ele desde 2016.

Dos 23 convocados para esta Copa América, 14 estiveram com Tite na Copa do Mundo da Rússia. Daniel Alves, cortado às vésperas do Mundial por lesão, volta agora. Seria o 15.º do grupo do Mundial de 2018. E Renato Augusto, o 16.º. Renato Augusto só não foi chamado porque Tite queria gente jovem, de pulmão cheio, entre os meias no setor vital do time.

Com essa turma de velhos conhecidos, ganhando ou não a Copa América, o técnico sabe que vai precisar de muito mais para se sustentar no comando do escrete. Acabou a unanimidade, a bajulação da mídia evaporou e o apoio popular é finito. Tite está cada vez mais sozinho.

Tite convoca os 23 da Copa América

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