“Faz parte da Guerra, bater e apanhar também”, diz líder da Mancha Verde

foto: reprodução Twitter

Guerra das torcidas não tem hora nem dia para acabar. É permanente no futebol brasileiro. O confronto nesta manhã de quarta-feira (28/1) entre Máfia Azul (Cruzeiro) e Mancha Verde (Palmeiras), na rodovia BR-381 (Fernão Dias – liga os Estados de São Paulo e Minas Gerais), é tratado como mais uma batalha, segundo avaliação dos líderes das facções envolvidas na pancadaria.

A bestialidade é comum entre torcidas organizadas. Está na origem desde quando cresceram em meados da década de 1970. Por isso, a batalha de torcedores com porretes, facões e armas de fogo na estrada em Minas não foi a mais sangrenta, nem será a última.

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, integrantes das duas torcidas entraram em conflito perto da cidade de Carmópolis de Minas, a 107 km de Belo Horizonte. Quatro torcedores foram baleados e pelo menos uma dezena sofreu ferimentos graves.

Em São Paulo, a Polícia Militar pediu reforço às forças de segurança do Estado para se dirigir a Campinas. Informações da PM, na tarde dessa quarta-feira (28/9), indicavam que a Mancha Verde vingaria seus feridos em Minas num cerco à Mafia Azul antes e depois do jogo Ponte Preta x Cruzeiro nesta noite no estádio Moisés Lucarelli, no centro de Campinas.

No início da noite, a caravana da Máfia Azul teve de retornar a BH. Polícia Rodoviária Federal de Minas diz que os ônibus foram “interceptados” na altura da cidade de Perdões (MG) e escoltados de volta a Belo Horizonte. De acordo com o sargento da PM Márcio Demarco, do 1º Batalhão de Ações Policiais de Campinas, eram esperados seis ônibus de torcidas organizadas mineiras para a partida, informa site UOL.

O confronto da manhã na estrada mineira se deu quando a Mancha Verde seguia em caravana de São Paulo a Belo Horizonte para acompanhar Atlético-MG x Palmeiras, jogo da Série A do Brasileirão, e a Máfia Azul vinha em sentido contrário, de BH a Campinas, para o jogo Ponte Preta x Cruzeiro, da Série B do Brasileirão.

Eram dois ônibus da Mancha Verde e seis da Máfia Azul.

No meio do caminho resolveram medir forças. Máfia Azul acusa a Mancha Verde de provocar uma emboscada, munida até de armas de fogo.

Na batalha na estrada, Máfia Azul canta vitória por ter escorraçado o presidente da Mancha e outros torcedores. Como troféu, a facção mineira exibiu pertences do chefe da facção paulista. E disse também que os “soldados” da Mancha foram honrados. Apanharam, mas defenderam as cores da torcida.

Veja a manifestação de integrantes da Máfia Azul nas redes sociais:

“Você (presidente da Mancha) vai voltar vivo porque nós temos ideologia”, diz um membro da Máfia Azul no vídeo que o palmeirense é exibido com a cabeça ensanguentada. “Porrada é massagem”, diz outro da facção. “Os caras deu tiro, baleou dois de nós. Cinco deles (estão) judiados, ensanguentados, principalmente o presidente deles. A Máfia Azul varreu a Mancha Verde, não foi qualquer torcida…”

Paulo Serdan, um dos líderes mais longevos da Mancha, também minimizou o confronto:

“Faz parte da guerra, não venha com essa paranóia de que… Faz parte da guerra bater e apanhar também. Hoje a Mancha levou uma invertida, nossa rapaziada foi heróica. Os caras (da Máfia Azul) foram dignos também de não matar os nossos que estavam caídos no chão…”

 

Veja comunicado oficial da Máfia Azul:

“Hoje aconteceu um fato lamentável onde precisamos agir em legítima defesa para defender a integridade de todos que estão presentes para acompanhar o espetáculo de logo mais em Campinas, onde o Cruzeiro enfrenta a Ponte Preta.

O planejamento de uma caravana é pensado com cautela e nesse planejamento que escolhemos pra hoje foi de sair as 06:00 do dia do jogo, pois pelo tempo de viagem sabíamos que a caravana que vinha de São Paulo e foi divulgada com saída as 00:00 já teria chegado em BH, quando no decorrer da viagem somos surpreendidos por torcedores do Palmeiras na estrada em uma emboscada, onde portavam até arma de fogo, que acabou ferindo ocupantes da nossa caravana.

A realidade das caravanas é bem diferente da teoria, tem a dificuldade da estrada e a segurança, sem nós seria bem pior para o torcedor comum que viaja para acompanhar seu time do coração, assim como foi no Sul antes da nossa chegada em que agrediram torcedores comuns na fila da compra de ingressos. A pergunta que fica é, como uma caravana que saiu às 00h de São Paulo demora 12hr para chegar em Belo Horizonte?”

Mancha Verde não havia se pronunciado de forma oficial até 16h30 dessa quarta-feira (28/9). Veja a convocação da caravana palmeirense:

reprodução: site Mancha Verde