Sucessor de Pelé: começa eterna caça ao tesouro

Sétimo dia da morte de Pelé leva a um rosário de indagações. Uma delas já tem mais de quatro décadas. Quem será o sucessor do Rei? Se é que teremos um herdeiro no futebol brasileiro.

Washington (Guarani, década 1970), Claudio Adão (meados de 1970), Juary (1980), Robinho (2000) e Neymar (2010), para ficar apenas na maioria de jovens jogadores criados no Santos FC, em algum momento foram cotados a receber a coroa.

Ronaldo Fenômeno (2002), antes de esgarçar os joelhos, também seria sucessor do Rei no imaginário de catedráticos do futebol e seus pares.

Ronaldinho Gaúcho (2006), mais por repertório a conquistas, esteve perto de ser novo Pelé aclamado a seu tempo por analistas e companheiros de profissão.

Fora do Brasil, Cruyff (1974), Diego Maradona (1986), Cristiano Ronaldo e Lionel Messi (de 2005 a 2023) e alguns relâmpagos entraram na fila dos candidatos e não subiram ao trono.

Todos “novos Pelé” não chegaram aos pés do Rei. Muitos nem sequer são lembrados por uma mídia fabricante de ídolos e ícones.

Neymar, autor de 77 gols com a camisa da Seleção Brasileira – mesmo número de gols de Pelé –, poderia ter sido Rei. Descuidos e infortúnios na carreira o rebaixaram a súdito dos súditos.

Dunga é um dos responsáveis por abreviar a candidatura de Neymar ao trono. Treinador da Seleção na Copa de 2010, Dunga poderia ter levado Neymar, então com 18 anos, ao Mundial na África do Sul.

Seria mais ou menos o que aconteceu com Pelé, convocado aos 17 anos e campeão da Copa de 1958. Dali engatou a trajetória que o fez Rei.

Neymar não foi à Copa de 2010, se machucou em 2014, chegou fraco em 2018 e sucumbiu em 2022. Pelé se consagrou em 1958, repetiu façanha em 1962, mesmo fora da Copa depois do segundo jogo por se machucar, fracassou em 1966, e atingiu a glória máxima em 1970.

Páginas viradas dos candidatos de outrora, surge Endrick. Vendido ao Real Madrid por R$ 410 milhões, garoto de 16 anos do Palmeiras poderia e ainda pode trilhar caminho de Pelé. Veja bem, trilhar.

Autor de 165 gols em 169 jogos na base do Palmeiras, Endrick acaba de ser eleito o quinto jovem mais promissor do mundo na lista divulgada pela FourFourTwo, tradicional revista inglesa de futebol.

Tite, com um pouquinho de ousadia, teria levado Endrick à Copa Qatar 2022. Ronaldo Fenômeno pediu a convocação de Endrick. Seria uma surpresa aos adversários e a confirmação de um novo sol do futebol, avalia Ronaldo.

Endrick tem tempo de sobra a se candidatar a novo Pelé. Problema é que Pelé não tem herdeiro nem nunca terá. Não tem ninguém a se sentar a Seu lado direito nem nunca terá.

Por Luiz Antônio Prósperi

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