Futebol tem lá suas ironias. Quem me desperta a essa curiosidade é meu amigo Marcos Paulo Lima, repórter talentoso do Correio Brasiliense. Na segunda-feira (09/1), ele me liga de Brasília e diz assim:
“Prósperi, saudade de nossas resenhas na Copa do Qatar. Debatemos muito o futebol”.
“Eu também. Copa acabou há pouco e já estamos com saudade dos nossos debates, das resenhas”, respondo ao Marcos.
E ele: “Veja que ironia. Discutimos tanto em Doha a respeito do novo técnico da Seleção Brasileira. Falamos que os treinadores portugueses estão em alta. E aí Federação Portuguesa de Futebol, com tantas opções entre seus técnicos, vai lá e contrata um técnico espanhol para comandar a Seleção deles no lugar de Fernando Santos (demitido logo após a Copa)”.
“Pois é”, emendo. “Vai entender”.
Marcos: “Agora CBF não tem mais concorrente se a opção da Seleção Brasileira for um técnico português”.
Concordei com o amigo. O fato é que Portugal tinha no mercado Abel Ferreira (Palmeiras), José Mourinho (Roma), Victor Pereira (Flamengo), Luis Castro (Botafogo), Jorge Jesus (Fenerbahçe), Paulo Souza (sem clube), Nuno Espírito Santo, André Villas-Boas, Paulo Bento e mais um punhado de renomados patrícios.
E opta por Roberto Martínez, técnico espanhol. Martínez troca a seleção da Bélgica por Portugal.
É a primeira vez na história de Portugal que a seleção será dirigia por um treinador de outro idioma. Nas duas vezes em que esteve sob comando de estrangeiros, o idioma era português com os brasileiros Otto Glória (Copa de 1966) e Luiz Felipe Scolari (2004 a 2006).
Se Portugal vai se virar com um estrangeiro, a CBF ainda não deixa claro qual caminho a seguir. Entidade volta das férias nessa quarta-feira (11/1) quando começa encaminhar sucessão de Tite.
Portugueses continuam em alta. Abel Ferreira, do Palmeiras, é o mais bem cotado.
Fora os portugueses, o francês Zinedine Zidane aparece com força. Seu desejo de assumir a Seleção da França ruiu com a recente renovação do contrato de Didier Deschamps até a Copa do Mundo de 2026.
Entre os brasileiros, Fernando Diniz (Fluminense) e Mano Menezes (Internacional) assumem a dianteira no cenário das especulações.
A CBF, parece, não tem pressa. Como o futebol tem lá suas ironias, não se descarta um treinador que ninguém ainda imaginou.
São Paulo, 10 janeiro, 2023. Por Luiz Antônio Prósperi





Deixar mensagem para Flamengo cai no Mundial de Clubes e se perde no labirinto – Prósperi News Cancelar resposta