Violência contra mulheres cresce no primeiro trimestre em São Paulo, diz o jornal Folha SP nesse 28 de abril. Número de estupros é o maior desde 1996, alcançando 3.551 vítimas em três meses de 2023.
Dizem que o futebol é um reflexo da sociedade. O conceito não é novo. Desde que sociólogos, catedráticos, historiadores e afins passaram a estudar a essência do futebol, se fala que tudo o que sociedade vive se reflete no “mundo da bola”.
Pois bem, os casos de Cuca, Daniel Alves, Robinho, goleiro Bruno e até Neymar traduzem essa realidade.
Daniel Alves, um dos capitães da Seleção Brasileira na última Copa do Mundo Qatar 2022, está preso na Espanha desde o fim do ano passado, acusado de estuprar uma jovem em Barcelona. Daniel Alves ainda não foi julgado.
Robinho, titular da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2010 e carreira internacional, foi condenado em 2022 a nove anos de prisão por estupro coletivo em 2013 na Itália. Teria de cumprir pena em Milão, mas Robinho vive no Brasil e deve ser sentenciado aqui mesmo. Caso está no STF.
Goleiro Bruno, ex-Flamengo, foi condenado em 2013 a 22 anos e três meses de prisão por homícidio triplamente qualificado da então companheira Eliza Samudio.
Neymar não disputou a Copa América de 2019 no Brasil envolvido em acusação de estupro de uma jovem brasileira em Paris. Neymar venceu a ação na Justiça e a mulher foi indiciada. Com uma lesão no tornozelo e mais o problema judicial à época, o jogador foi cortado da Seleção na Copa América.
Cuca, condenado a 15 meses de prisão por estupro de uma menina de 13 anos em Berna, Suíça, em 1987, com participação de mais três jogadores do Grêmio, nunca cumpriu a pena. Crime prescreveu na justiça da Suíça.
Ao longo dos últimos 36 anos, foi jogador profissional e virou técnico. Teve carreira regular até ser contratado pelo Corinthians há uma semana. Na quarta-feira, dia 26 de abril, Cuca pediu demissão do clube após pressão da torcida e mídia esportiva em geral por causa do estupro em 1987.
Mulheres continuam sendo vítimas de violência por todo o Brasil. Dados são alarmantes. Futebol é um reflexo da nossa sociedade.
Clubes, federações estaduais, CBF, associação de jogadores e toda comunidade do futebol não promovem ações de relevância no combate à violência contra mulheres. Vale mais o culto às celebridades.