
Estados Unidos e Colômbia abrem nesta sexta-feira, às 23h (de Brasília), a Copa América Centenário, torneio marcado por um fabuloso escândalo de corrupção que levou à prisão a maioria dos dirigentes sul-americanos e agentes de marketing. Entre eles, José Maria Marin, ex-presidente da CBF (2012 a 2015), preso em cárcere domiciliar em Nova York, acusado de embolsar milhares de dólares em propinas.
Não é só Marin, entre os cartolas brasileiros, que está enroscado. A mesma investigação do Ministério Público dos Estados Unidos, responsável por enjaular o ex-presidente da CBF, também alcançou o empresário J. Hawilla, um dos mentores e pagador das propinas aos dirigentes das Américas do Sul, Central e do Norte.
Essa história de corrupção no futebol, que atingiu também o coração da Fifa, veio a público há exatamente um ano quando agentes do FBI e a Justiça americana deram início às prisões de cartolas e executivos de marketing esportivo.
Os envolvidos caíram na rede dos federais dos EUA quando usaram instituições financeiras americanas para receber as propinas relativas à venda dos direitos de transmissão da televisão das edições da Copa América de 2015, 2019 e 2023 e mais a Copa América Centenário de 2016, com sede nos Estados Unidos.
Quem distribuía a grana aos cartolas era J. Hawilla, empresário bem-sucedido no marketing esportivo no Brasil e em toda a América do Sul com sua agência Traffic.
Hawilla se associou aos argentinos Alejandro Burzaco e a Hugo Jinks e Mariano Jinks (pai e filho), também donos de agências de marketing. Os quatro eram concorrentes, até então, na compra de direitos de transmissão de torneios de futebol nas Américas.
Para facilitar seus negócios, eles criaram a empresa Datisa em 2013 e firmaram um contrato com a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e Concacaf, a confederação que dirige o futebol nas Américas Central e do Norte e ainda na região do Caribe.
O valor do contrato da Datisa com a Conmebol e Concacaf foi de R$ 1 bilhão pelos direitos da Copa América de 2015, 2019 e 2023 e a do Centenário em 2016.
Evidente que, para chegar a esse acordo, se fez necessário pagar propinas aos cartolas com cargos diretivos nessas confederações. Chegou-se ao valor de R$ 350 milhões que seriam divididos entre a cartolagem.
Quando parte desse dinheiro, cerca de R$ 126 milhões, entrou na ciranda das instituições financeiras dos Estados Unidos, o Fisco americano percebeu que ali havia maracutaia. De onde vinha a dinheirama? Agentes do FBI entraram em ação e descobriram o ninho de ratos dos cartolas. Daí se instauraram os processos investigativos e acusatórios contra os dirigentes pegos com a mão na botija.
Dos brasileiros envolvidos na sujeira, apenas Marin cumpre prisão domiciliar nos EUA. Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, e Marco Polo Del Nero, o atual, estão sendo investigados nesse processo, segundo o Ministério Público dos EUA. Teixeira e Del Nero têm residência no Brasil e daqui não arredam pé.
O TORNEIO
Passado a limpo esse caso de corrupção do futebol, a Copa América Centenário começa nesta sexta-feira. São 16 seleções divididas em quatro grupos. Na primeira fase, classificam-se as duas primeiras de cada grupo às quartas de final. Depois teremos as semifinais e a final.
OS GRUPOS
O Brasil estreia neste sábado, às 23h (de Brasília), contra o Equador em Pasadena.
Para quem gosta de futebol, veja os gols de alguns craques que vão jogar na Copa América Centenário nos Estados Unidos:
ALEXI SANCHES (Chile)
CAVANI (Uruguai)
AGUERO (Argentina)
Acompanhe no Blog do Prósperi as análises dos jogos e tudo da Seleção Brasileira. Bom futebol a todos.