Brasil exorcizou seus demônios contra a irrequieta Colômbia e carimbou sua passagem às semifinais do torneio de futebol masculino nos Jogos do Rio. Muito da vitória por 2 a 0, neste sábado (13/8), passou pelos pés e cabeça de Neymar, vítima preferida dos colombianos com um histórico ruim ao craque brasileiro na Copa de 2014 e na Copa América de 2015. Dessa vez, Neymar sobreviveu. A próxima parada é contra Honduras e, bem provável, Alemanha na final. A se confirmar esse encontro, fantasmas do 7 a 1 vão sobrevoar o Maracanã.
A sobrevida de Neymar foi triunfal. Desde o início do jogo, ele correu risco de ser golpeado. Por pouco não se deixou levar pelas manhas dos colombianos e também por sua índole. Mesmo alvo das botinas do adversário e da sua própria prepotência, desatou os nós e acendeu a luz da Seleção Olímpica antes mesmo de a escuridão estender seu manto.
ANÁLISE DO JOGO
Brasil sofreu à beça no primeiro tempo. Saiu em vantagem, aos 12 minutos, no gol de falta de Neymar, e depois só apanhou. E apanhou para valer. Havia um revezamento entre os colombianos na sequência absurda de faltas. Nos últimos dez minutos o árbitro turco se viu obrigado a distribuir cinco cartões ao jogadores da Colômbia.
Evidente que a estratégia do adversário tinha como prioridade destruir a força mental do Brasil e, moto continuo, se impor com a eficiente troca de passes. Essa estratégia colombiana tem sido comum nos últimos embates entre as duas seleções.
No bate e assopra, eles têm desestabilizado Neymar. Na Copa do Mundo de 2014, Zuñiga fez o serviço sujo. Na Copa América no Chile, em 2015, tiraram o craque do jogo com provocações. Neste sábado no Itaquerão, conseguiram um cartão amarelo ao atacante do Barcelona.
Diante desse melancólico e empobrecedor jeito de jogar do inimigo, o Brasil pouco apareceu. Não teve espaço para criar, não chegou forte na zona de gol e teve de se virar com um jogo brusco, sem leveza e muito menos velocidade. Se deu por satisfeito com a vitória parcial por 1 a 0.
No segundo tempo, a Colômbia recolheu seus artefatos de guerra, acalmou a bola na grama e saiu em busca do empate. Criou alguns embaraços à defesa brasileira, assustou em um ou dois chutes longos e morreu.
O Brasil fez o jogo seguro, sem arriscar. Passou a jogar em função do resultado quando Micale trocou Gabigol, apagado, por Thiago Maia. O jogo ficou mais sereno. A Seleção Olímpica se encorpava ainda mais, agora à espera de um golpe fatal no adversário. Renato Augusto deixou a zona de marcação e foi combinar com Neymar o momento de selar o segundo gol.
Na armação do ataque, Neymar tirou os colombianos para dançar, distraiu os rivais e serviu Luan. O atacante do Grêmio bateu com efeito e fez Brasil 2 a 0. Gol com carimbo de vitória. Dali para frente, era administrar o resultado e minguar o adversário no toque de bola. Perfeito.
Vitória garantida. Classificado às semifinais, Brasil enfrenta Honduras. Do outro lado da tabela, Alemanha mede forças com a Nigéria. Se o curso do rio não for alterado, a final caminha para Brasil x Alemanha. Inevitável lembrar do 7 a 1.
FICHA DO JOGO
Brasil 2 x o Colômbia
Gols: Neymar, 12 aos do primeiro tempo; Luan, aos 38 do segundo tempo.
Brasil: Weverton, Zeca, Marquinhos, Rodrigo Caio e Douglas Santos; Renato Augusto, Wallace e Luan; Gabriel (Thiago Maia), Neymar e Gabriel Jesus (Rafinha). Técnico: Rogerio Micale.
Colômbia: Bonilla; Palacios, Balanta, Tesillo e Cristian Borja; Barrios (Pérez), Lerma, Roa (Rodríguez) e Pabón; Teo Gutiérrez e Preciado (Miguel Borja). Técnico: Carlos Restrepo
Juiz: Chutney Cakir (TUR)
Cartões amarelos: Neymar, Palácios Lerma, Barrios, Preciado, Miguel Borja e Teo Gutiérrez
Local: Itaquerão
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