Entenda como o Corinthians não deve se iludir com Oswaldo de Oliveira

esporte-oswaldo-oliveira-corinthians-20161011-001Oswaldo de Oliveira assume o Corinthians nesta quinta-feira (13/10), um dia depois de deixar o Sport à beira da zona de rebaixamento do Brasileirão com a derrota por 3 a 0 para a Chapecoense. Em baixa na carreira, é de se perguntar o que Oswaldo vai fazer nesta sua volta ao clube?

O time paulista ocupa o nono lugar, após despencar da escadaria com resultados ruins dentro e fora da sua fortaleza, o Itaquerão. Não tem um grupo qualificado de jogadores, nem futuro promissor enroscado que está com problemas financeiros.

Veja como Oswaldo vai receber o time na reta final do Brasileirão e perspectivas para 2017:

Defesa – insegura, em especial com Yago e Vilson a dar dor de cabeça a Balbuena.

Laterais – quando Fagner e Uendel não jogam, os meninos Leo Príncipe e Arana não costumam entregar bom futebol

Meio-campo – Cristian não acontece, Willians é fraco. Camacho e Rodriguinho se matam e pouco oferecem. Giovanni Augusto, Guilherme, Marlone e Marquinhos Gabriel se dariam bem, digamos, no Figueirense.

Ataque – Gustagol, e isso diz tudo.

Cofre – vazio e sem expectativa de bom aporte em 2017.

Mas Oswaldo vem aí. Alega o presidente Roberto Andrade que o perfil de Oswaldo se encaixa com o Corinthians de hoje. Lembra dos títulos conquistados pelo técnico há 16 anos – Brasileiro em 1999 e Mundial em 2000. Diz ainda o dirigente que o treinador viria no início de 2017, mas a saída do Sport antes mesmo do encerramento do Brasileirão antecipou sua apresentação.

Oswaldo escala montanhas em busca do prestígio perdido. Na temporada passada colecionou fracasso retumbante no Palmeiras e Flamengo. E repete a dose agora no Sport, com o time em flerte forte com o rebaixamento.

Por isso o Corinthians caiu do céu no colo de Oswaldo. Veja o que ele disse logo após a derrota para a Chapecoense nesta manhã de quarta-feira (12/11):

“Senti que a minha possibilidade de permanência no Sport não tinha firmeza e não tinha uma decisão tomada. Eu tinha exemplos anteriores como a saída do Flamengo (demitido em dezembro de 2016, após dois meses de gestão) e não posso mais passar por isso. Pedi que a diretoria (do Sport) definisse, mas não tiveram como, porque tem eleição. Não houve condição de seguir dessa forma”, disse o treinador em Chapecó.

E revelou o assédio do Corinthians: “Desde a saída do Tite eu recebi três convites e resisti aos três e, agora, numa situação de decisão, senti que a minha possibilidade de ficar aqui (no Sport) não tinha certeza.”

Ou seja, Roberto Andrade queria Oswaldo de Oliveira não é de hoje. Ponteiros acertados, faltou ao presidente do clube iludir a torcida de que o problema do Corinthians era sim um bom treinador, que será resolvido com a chegada do campeão de 1999, e não o fraco grupo de jogadores.

O novo messias assume e terá dois jogos emblemáticos logo de cara: o lanterna América-MG (em casa) e o vice-líder Flamengo no Maracanã. Se vencer os dois, pode embalar o sonho. Difícil é acreditar em vitórias com um time bem modesto sem recursos e repertório.