Oswaldo de Oliveira recebe o Corinthians de Fabio Carille ainda com chance de brigar por uma vaga na Copa Libertadores 2017. Na despedida do interino, o time venceu o Santa Cruz de virada por 4 a 2, chegou aos 45 pontos, na oitava posição da tabela e bem perto do G-6. Quem olha o placar elástico pode se iludir. Ainda sob os efeitos da sequência de seis rodadas sem vitórias, o alvinegro jogou para o gasto. Oswaldo, como já se esperava, vai ter muito trabalho.
No primeiro tempo, o Corinthians só voltou a respirar após o gol do Santa Cruz – Grafite, aos 30 minutos no rebote de Walter em chute de Keno. Até aquele momento, o time era confuso, sem norte. Vivia o drama entre se defender ou agredir. Na indecisão, não encontrou meio de marcar a saída de bola do time pernambucano, sempre à procura de Keno.
Canelas finas, Keno era o princípio de tudo do Santa Cruz. Aberto na ponta-esquerda, não tomou conhecimento de Leo Príncipe. Trafegava como se estivesse numa avenida sem lombadas. Servia Grafite, Jadson, quem entrasse em diagonal do outro lado da defesa corinthiana. Todos chegavam em condição de executar Walter. Atento, o goleiro evitou o pior até sofrer o gol de Grafite.
Golpeado, o Corinthians resolveu reagir. Deu mais velocidade na saída de bola e passou a usar Marlone na direita e Marquinhos Gabriel na esquerda a cruzar bolas na área. Bom lembrar que a defesa do Santa Cruz é a mais vazada do Brasileirão. Então era preciso martelar. De uma boa jogada de Marlone, Guilherme, enfim, apareceu e empatou o jogo, aos 37. A história seria decidida no segundo tempo.
Na retomada do jogo, após o intervalo, o time paulista desabrochou. Marlone fez o gol da virada, aos 2, e Guilherme, de cabeça, ampliou a vantagem, aos 9. Dois gols com menos de 10 minutos expunham a fragilidade defensiva do Santa e dava ao Corinthians a tranquilidade para jogar com equilíbrio, sem ansiedade.
Atordoado com a sequência de seis rodadas sem vencer, o time paulista tinha a vitória nas mãos. Era questão de administrar o jogo, não correr riscos e beliscar o quarto gol. Do outro lado, Doriva mexeu no ataque na tentativa de entrar na partida e não se render antes da hora.
A encrenca é que Fabio Carille, se despedindo da função de treinador, resolveu usar sua coleção de volantes de baixa eficiência – casos de Williams e Cristian. O time murchou. Bom para o Santa que chegou ao segundo gol com Keno, uma das joias do Brasileirão, aos 35, mas não teve forcas para empatar. Pior, levou o quarto gol – Lucca, aos 45.
Com essa vitória em cima do vice-lanterna, Carille entrega o Corinthians a Oswaldo de Oliveira em condições de brigar por uma vaga na Libertadores. Oswaldo que se vire.
FICHA DO JOGO
Santa Cruz 2 x 4 Corinthians
Gols: Grafite, aos 30; Guilherme, aos 37 minutos do primeiro tempo. Marlone, aos 2; Guilherme, aos 9; Keno, aos 35
Santa Cruz: Edson Koll, Leo Moura, Neris, Danny Moraes e Roberto; Willian Correa, João Paulo (Wagner) e Jadson (Marion); Arthur, Grafite (Bruno Moers) e Keno. Técnico: Doriva
Corinthians: Walter, Leo Príncipe, Pedro Henrique, Balbuena e Uendel; Camacho (Willians); Rodriguinho, Giovanni Augusto (Cristian), Marquinhos Gabriel e Marlone; Guilherme (Lucca). Técnico: Fabio Carille
Juiz: Grazianni Rocha
Cartões amarelos: Neris, Marquinhos Gabriel, Williams, Marion.
Renda: R$ 496. 120,00
Público: 7.947 pagantes
Local: Arena Pantanal