São Paulo precisa de um jogador de peso, de nome no mercado. Uma contratação para provocar impacto no time de Rogerio Ceni e reforçar os alicerces da candidatura do atual presidente Carlos Augusto de Barros e Silva (Leco) à reeleição no comando do clube. Lucas Pratto precisa de um time onde se sinta rei e possa jogar sem concorrência e, perfeito, ficar em evidência aos olhos de Edgardo Bauza, técnico da Seleção Argentina. Essa conjunção de interesses pode levar Pratto ao Morumbi ainda nesta semana.
A união entre o atacante argentino e o clube paulista seria viável desde que o São Paulo tivesse dinheiro para bancar a brincadeira. Aconteceu. A venda de David Neres por R$ 50 milhões ao Ajax e mais a provável saída do zagueiro Lyanco ao Atlético de Madrid ou Juventus estufam os cofres do clube paulista sob os cuidados de Leco. Com essa grana já dava para pensar grande.
Leco tinha de agir, e rápido. Na condição de presidente e candidato a mais um mandato, enfrenta um tiroteio alucinado nos bastidores políticos do clube com a proximidade das eleições previstas para segunda quinzena de abril. Vai medir forças com Roberto Natel, ex-vice da diretoria do próprio Leco, e José Eduardo Mesquita Pimenta, de 78 anos, representante da oposição.
Pimenta vai infernizar Leco na campanha. Ele tenta voltar ao poder depois de 26 anos de sua saída do Morumbi. Absoluto no comando, de 1990 a 1994, quando conquistou a Libertadores e o bi Mundial com Telê Santana regendo o time, também foi marcado com acusação de ter levado propina na venda de Mario Tilico ao Logroñes, da Espanha.
Neste cenário de guerra política, Leco precisa fortalecer o time de futebol e dar guarida a Rogerio Ceni, sua grande aposta na colheita esportiva e política. Lucas Pratto apareceu. Seria uma tacada e tanto.
O argentino andava incomodado no Atlético-MG na condição de reserva de Fred em 2016. Percebeu que Roger Machado não o escalaria ao lado do famoso atacante em 2017. Era um ou outro. Como se diz nos bastidores do clube mineiro, Fred na reserva derruba até presidente. O jeito era o argentino ir embora. Assim, Roger resolveria a encrenca e Pratto continuaria nos holofotes em outra freguesia.
Pratto havia rejeitado uma transferência ao futebol da China, coisa de 15 milhões de euros, justamente para não ficar longe de Bauza e, por tabela, da Seleção Argentina.
Restava convencer o comando do Atlético-MG a fazer uma negociação doméstica. O clube de Minas concordou, desde que não a um concorrente direto na Copa Libertadores e que pagasse no mínimo 8 milhões de euros (R$ 26,2 milhões). O São Paulo ofereceu 5 milhões de euros (R$ 16,7 milhões) por 50% e não convenceu o Galo.
Atlético desembolsou 3 milhões de euros (R$ 10,02 milhões) e, na transação, ficou acertado um repasse de 20% de uma eventual venda ao Velez Sarsfield, desde que o valor da venda fosse superior aos 3 milhões de euros pagos pelo Atlético. Dessa forma não seria interessante ao clube mineiro vender fatias dos direitos de Pratto e sim a totalidade. Daí ter recusado negociar 50% ao São Paulo. Por 8 milhões de euros tem negócio.
Leco não quer perder essa oportunidade e por isso já teria concordado em pagar os 8 milhões (R$ 26,2 milhões).
Enquanto isso Roger Machado, técnico do Galo, toca sua vida. Treinou o time titular nesta quarta-feira com Lucas Pratto e Fred no ataque. Depois trocou o argentino por Otero. O Atlético enfrenta o Joinville nesta quinta-feira em Belo Horizonte.
Rogerio Ceni espera por Pratto. Também nesta quinta, o São Paulo enfrenta o Moto Clube no Castelão em São Luis, em jogo único da Copa do Brasil. O treinador tem Chavez e Gilberto à disposição. Pediu um camisa 9 a Leco. Paraguaio Colman e o argentino Calleri foram sondados. Nada feito
Ceni sabe muito bem que seu time é fraco e precisa urgente de uma referência, de preferência que saiba fazer gols, muitos gols. Pratto é a solução.
(post publicado no CHUTEIRA FC, novo espaço de informação e opinião do futebol)