Brasil vence Tunísia, com expressiva goleada por 5 a 1, e manda avisar aos concorrentes que é favorito a levar a Copa dos Mundo Qatar 2022. O amistoso no Parque dos Príncipes, estádio do PSG, em Paris, tem momentos de fúria e até banana atirada no campo quando jogadores da Seleção celebravam gol de Richarlison.
Não se esperava uma atmosfera crispada no Parque dos Príncipes tomado por maioria esmagadora de torcedores da Tunísia. Ambiente bem hostil à Seleção Brasileira, como poucas vezes se viu em um jogo amistoso pré-Copa do Mundo. Vaias e pressão. Bem diferente do primeiro amistoso – Brasil 3 a 0 Gana, em Le Havre, também na França.
A banana atirada no campo leva a CBF a publicar um comunicado oficial contra o racismo.
Neste cenário desfavorável, Seleção começa com Danilo, na função de um segundo volante, ao lado de Casemiro e Fred infiltrado entre os atacantes Raphinha, Richarlison, Neymar e Paquetá. Formação quando o Brasil atacava.
A Tunísia respondia com linha de cinco marcadores quase na intermediária, tentativa de limitar a troca de passes do Brasil. Boa ideia, mas presa fácil ao time de Tite.
Como os tunisianos davam muito espaço entre a última linha defensiva e o goleiro, qualquer bola esticada do campo brasileiro ao território inimigo seria fatal. Foi assim que Casemiro lançou Raphinha, que, com leve toque de cabeça, fez o primeiro gol brasileiro.
Gol da Seleção deixa atmosfera ainda mais crispada. Torcedores da Tunísia se inflamam e o time vai atrás. Em falta cometida por Danilo, a bola cruzada na área e Thaubi, de cabeça, empata o amistoso.
E aí o clima azeda de vez. Tudo porque Richarlison faz o segundo gol do Brasil logo em seguida ao gol da Tunísia. Na comemoração dos jogadores, torcida tunisiana responde de forma bélica. Objetos atirados no campo. Entre eles, uma banana.

Torcedores em fúria contagiam os jogadores. Neymar leva cartão amarelo por falta desnecessária. Empurra, empurra. Acabava de uma vez por todas o caráter amistoso do jogo. Tudo isso, com pouco mais de 20 minutos.
Sete minutos depois do cartão de Neymar, Laiodouni faz pênalti em Neymar. O camisa 10 bate e faz 3 a 1. Era o gol 75 de Neymar em 121 jogos pela Seleção – agora dois a menos que Pelé, autor de 77 gols, artilheiro máximo do Brasil até aqui.
O 3 a 1 no placar do Parque dos Príncipes não diminui a voltagem do amistoso. Tensão nas arquibancadas e no campo. Raphinha faz o quarto gol da Seleção.
E Neymar aparece mais uma vez. Leva pancada Brown, aos 42 minutos, e o juiz manda o tunisiano expulso para o chuveiro.
Goleada escancarada e com um jogador a mais, Tite aproveita e lança no segundo tempo Pedro e Vinicius Jr, saindo Richarlison e Paquetá.
Tunísia perde embocadura e recua inteira ao seu campo defensivo. Torcida continua hostil e vaiando os brasileiros.
Frente ao muro vermelho da Tunísia, Seleção Brasileira pouco cria. Busca jogadas de efeito, sem consequência. Entram Antony e Renan Lodi e o cenário não se altera.
Pedro, o aclamado pela nação, resolve escrever seu nome e carimbar de vez a vaga na Copa do Mundo. A seu estilo, à espera de migalha dentro da área, bate de voleio no rebote da zaga e faz o quinto do Brasil: 5 a 1, aos 29.
A goleada convence Tite de uma vez por todas que seu grupo está fechado para Copa do Mundo Qatar 2022, a partir de 21 novembro.
E os torcedores da Tunísia se recolhem em Paris com a imagem negativa. Vítima quase sempre de discriminação na Europa, eles deram uma banana ao Brasil. Intolerável.
Seleção Brasileira jogou com Alisson, Danilo, Thiago Silva, Marquinhos (Ibañez) e Alex Telles (Renan Lodi); Casemiro e Fred (Rodrygo); Raphinha (Antony), Neymar e Lucas Paquetá (Vinicius Jr); Richarlison (Pedro).

No dia 7 de novembro, Tite faz a convocação final do Brasil para Copa do Mundo Qatar 2022. Pedro é nome certo.
