O mais rico campeonato da Europa começou neste sábado com a marca de 1 bilhão de euros (R$ 3,5 bilhões) em investimentos na compra e venda de jogadores. Apenas por esse detalhe, o Campeonato Inglês, a Premier League, já seria um dos mais saborosos cardápios do futebol neste início de temporada. Outro ingrediente, porém, chama atenção. Os “professores”. O espanhol Pep Guardiola, o português José Mourinho, o alemão Jurgen Klopp, os italianos Antonio Conte e Claudio Ranieri e o chamado “presidente de todos eles, o francês Arsène Wenger, completando a 20.ª temporada no comando do Arsenal, devem proporcionar grandes duelos táticos ao longo das 38 rodadas.
Ranieri, surpreendente campeão no ano passado no comando do Leicester, disse que seria quase impossível repetir a façanha agora. Não por acaso, estreou neste sábado com derrota por 2 a 1 para o Hull City. “É mais fácil o E.T aterrissar no Picadilly Circus (um dos mais famosos pontos turísticos de Londres) do que Leicester conseguir a vitória novamente”, disse Ranieri.

Leicester não investiu pesado. Perdeu algumas peças importantes, como Kanté, mas segurou Vardy e Mahrez, seus dois principais jogadores. O time vai ter de se dividir entre a Premier League e Champions League (Liga dos Campeões), tarefa difícil a um clube que entra no grupo dos novos ricos da Inglaterra.
Se Ranieri entende como quase impossível repetir o feito de 2015/2016, José Mourinho pensa grande. Depois de passagem frustrada pelo Chelsea, assume o Manchester United com um orçamento invejável.
O United desembolsou 185 milhões de libras (R$ 763,3 milhões) em reforços. Só em Pogba, contratado da Juventus, investiu 120 milhões de euros (R$ 427,7 milhões) – um dos jogadores mais caros da história.
Mais que essa história de bilhões de reais em compra e venda de jogadores, a Premier League deve se debruçar ao que se passa em Manchester, com a presença de Mourinho no United e da chegada de Guardiola no City. Rivais na época de Real Madrid e Barcelona, os dois prometem boas histórias e lances de requinte tático no campeonato.
Mourinho exigiu reforços de nome. Guardiola preferiu arejar seu time com jovens jogadores. Um deles é Gabriel Jesus, a pepita do Palmeiras, que só deve chegar ao City em dezembro.
Klopp, no seu segundo ano à frente do Liverpool, também não vai dar refresco à concorrência, apesar do baixo investimento do clube em reforços. O alemão é daqueles que incendeiam estádios e já conquistou os apaixonados torcedores do time vermelho com a belíssima canção “You’ll Never Walk Alone”.
Não se pode deixar Antonio Conte de lado. Depois de arrebatar os europeus no comando da Seleção Italiana na Eurocopa, em junho, na França, Conte tem a missão de fazer renascer o Chelsea, após naufrágio na temporada passada.
Com tantos “professores” famosos, de estilos bem distintos, é de se esperar jogos extraordinários, formidáveis. Embates táticos a cada rodada. Não deve sobrar espaço aos conservadores.
A expectativa é de um futebol revigorado, quem sabe com novas tendências. Dinheiro tem de sobra. Treinadores ousados e de currículo estão na ribalta. O maior desafio, parece, é o de Guardiola. Sua marca de posse de bola, troca de passes e envolvimento total em cima do adversário contrastam com a bola que se joga na Inglaterra. A conferir.