Corinthians equilibrado, consistente e candidato ao título se esfarela à cada rodada. Diante do Grêmio caiu derrotado por 3 a 0 e em nenhum momento do jogo intimidou o adversário. Acumula três partidas sem vitórias e já desperta na sua torcida a desconfiança de que não tem lastro para brigar pela taça do Brasileirão. Nesta primeira rodada do segundo turno as evidências ficaram bem claras.
Ao déficit de bons jogadores se junta a dificuldade que o técnico Cristóvão Borges encontra na remontagem do time, após a saída de Tite. Na maioria das vezes, suas escolhas não têm dado resultado. Um exemplo é a insistência em escalar Giovanni Augusto e o sacar no segundo tempo de todos os jogos.
Cristóvão precisa, urgente, de soluções. Seu tempo no comando do alvinegro escorre rapidamente. E dirigentes já deram recados de que não vão investir em reforços.
ANÁLISE DO JOGO
Corinthians não é mais um time equilibrado. Pressionado, expõe sua fragilidade defensiva. Quando vai ao ataque, cria situações de gol e esbarra na baixa qualidade técnica de seus homens de frente. Não há mais segurança na hora de se defender e muito menos a letalidade na hora de ferroar o adversário.
Esse enredo se repetiu no primeiro tempo diante do Grêmio nesta manhã de domingo (14/8) em Porto Alegre. Com 16 minutos já havia sofrido gol, quando o garoto Pedro Rocha entortou pelo menos dois zagueiros, sem falar em duas boas defesas de Cássio.
Ao mesmo tempo que se deixava envolver pelo ataque gremista, chegava fácil na zona de gol do adversário explorando as deficiências dos laterais Edílson, irreconhecível, e Marcelo Oliveira, alucinado como sempre.
Das beiradas, provocou um bombardeio na área de Marcelo Grohe. Aliás, a bola aérea tem provocado estragos consideráveis na retaguarda gaúcha. Não fosse as boas performances de Grohe e Ceromel e a baixa produtividade de André e Romero, o Corinthians poderia empatar o jogo. Não conseguiu e minguou.
Sem atacantes de peso, de lastro, não se sobrevive em campeonatos longos. Por isso, o time de Cristóvão Borges sofre e pouco desfruta neste Brasileirão.
No segundo tempo, com seis minutos, o Corinthians havia sofrido o segundo gol. Douglas, como em um recital cercado de admiradores e nenhum marcador, serviu Everton para fuzilar Cássio.
O segundo gol sofrido obrigou Cristóvão a radicalizar. Trocou dois de uma só vez com Marlone no lugar de Giovanni Augusto (sua 11.ª substituição em 11 jogos de Cristóvão) e Lucca na vaga do ausente André. Uma tentativa de qualificar o ataque e fortalecer a criação.
O problema do time naquele momento não era reorganizar o ataque e sim repensar a marcação no meio-campo. Douglas e Maicon não poderiam jogar tão livres como se apresentavam.
Como ninguém deu importância a Douglas, ele continuou soberano na distribuição do jogo. De um passe seu a Pedro Rocha, nas costas da zaga, Cássio falhou e a bola se apresentou a Bolaños para cravar o terceiro gol gremista, aos 16.
Com 3 a 0 nas costas e sem muito o que fazer, Cristóvão fez Romero virar homem de área, Marlone na direita e Lucca na ponta-esquerda. Na criação, Guilherme e Rodriguinho. Todos sem repertório. Não pregaram nenhum grande susto em Grohe.
Derrotado, o Corinthians cada vez mais percebe que não tem time para brigar pelo título do Brasileirão. Sem reforços e com leituras equivocadas na hora de armar o time, Cristóvão Borges não vai longe.
FICHA DO JOGO
Grêmio 3 x 0 Corinthians
Gols: Pedro Rocha, aos 16 minutos do primeiro tempo; Everton, aos 3; Bolaños, 16 minutos do segundo tempo.
Grêmio: Marcelo Grohe, Edílson, Pedro Ceromel, Wallace Reis e Marcelo Oliveira; Jailson (Kaio), Maicon (Romiro), Everton (Guilherme), Douglas e Pedro Rocha; Bolaños. Técnico: Roger Machado
Corinthians: Cássio, Fagner, Yago, Valbuena e Mendel; Bruno Rodrigues, Rodriguinho e Giovanni Augusto (Marlone); Romero, André (Lucca) e Marquinhos Gabriel (Guilherme). Técnico: Cristóvão Borges.
Juiz: Braulio Machado
Cartões amarelos: Bolaños, Edilson, Jailson, Ramiro e Rodriguinho
Renda: R$ 2.378.193,00
Público: 50 184 pagantes
Local: Arena Grêmio
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