Zé Roberto, aos 42 anos, garantiu o empate sem gols com o Cruzeiro em Araraquara. Não fosse o velho lateral se jogar de barriga na bola tocada por Robinho e o Palmeiras sairia derrotado da Fonte Luminosa. Não perdeu, somou um ponto e deixou uma ponta de desconfiança na corrida pelo título a oito rodadas do fim do Brasileirão. Não é mais absoluto.
No jogo em que o ataque não funcionou, o Palmeiras poderia até ter saído com vantagem no primeiro tempo. Diferente dos outros jogos, quando começava avassalador e com muita velocidade, optou por troca de passes até chegar à zona de gol. De pé em pé, criou dois lances que poderiam morrer na rede não fosse a falta de capricho com Gabriel Jesus e Dudu antes dos 15 minutos. Não fez os gols e deu chance ao Cruzeiro de se reorganizar.
Precavido, Mano Menezes segurou seus laterais, fixou Henrique, Robinho e Lucas Romero e passou a explorar bolas esticadas a Rafinha na esquerda e Sóbis na direita e dali procurar Ábila dentro da área. Em alguns momentos assumiu o controle do jogo. Faltou apenas arriscar mais chutes a gol.
Diante da boa marcação do Cruzeiro, Tchê Tchê e Moisés ficaram amarrados. Não por acaso contaram com auxílio de Zé Roberto na armação – um jeito de confundir os marcadores. Dudu, outro vértice da criação, ficou muito preso no setor esquerdo duelando com o lateral Ezequiel. Por isso, a bola quase não chegava em Gabriel Jesus. Sem acionar o astro, a companhia não galopa. O gol não sai.
No segundo tempo, o time de Minas assumiu o controle do jogo. Mano adiantou a marcação e passou a explorar a bola parada. Criou sérios embaraços ao sistema defensivo do Palmeiras e teve a bola do jogo com Robinho, que tirou Jailson e, em vez de bater forte, deu um leve toque. Tempo para Zé Roberto se jogar ao chão e, de barriga, salvar o gol.
Depois de lance agudo, o time de Cuca se perdeu. Problemas se multiplicaram em todos os setores. Era preciso mudar. O treinador trocou Roger Guedes, Moisés e Dudu. Um estrago considerável no ataque. Trocou velocidade e a possibilidade de um drible, por uma lentidão sem propostas. O líder morreu. Gabriel Jesus, mentalmente desgastado, não apareceu.
Mano também colaborou ao enfraquecer o ataque e reforçar ainda mais o setor defensivo com a saída de Ábila, Sóbis e depois Robinho. Tirou peso ofensivo, encorpou o meio-campo e aceitou o empate. Para quem briga contra o rebaixamento era um bom resultado.
Em contrapartida, não foi nada bom ao Palmeiras. Mandante e na briga direta para ser campeão não pode desperdiçar pontos na reta final do campeonato. Vai ter de recuperar o prejuízo sob pena de ficar na mão.
FICHA DO JOGO
Palmeiras 0 x 0 Cruzeir0
Palmeiras: Jailson, Jean, Edu Dracena, Vitor Hugo e Zé Roberto; Thiago Santos, Tchê Tchê e Moisés (Alecsandro); Roger Guedes (Rafael Marques), Gabriel Jesus e Dudu (Cleiton Xavier). Técnico: Cuca
Cruzeiro: Rafael, Ezequiel, Leo, Bruno Rodrigo e Bryan; Henrique, Lucas Romero e Robinho (Arrascaeta); Rafael Sóbis (Ariel Cabral), Ábila (Willian) e Rafinha. Técnico: Mano Menezes
Juiz: Jailson Freitas
Cartões amarelos: Ezequiel, Ábila, Henrique, Gabriel Jesus, Rafinha
Local: Fonte Luminosa
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