Seleção Brasileira não sentiu a falta de Neymar para assumir a liderança das Eliminatórias da Copa de 2018. Sem grandes sustos, derrotou a fraca Venezuela por 2 a 0 em Mérida. Sem o craque, o time fez tudo certo. Tudo bem que sem muito lustro, sem nada de muito especial, de diferente, mas uma vitória consistente que marca a recuperação do escrete desde a chegada de Tite. Quatro jogos, quatro vitórias. E com um alô de Gabriel Jesus, agora com quatro gols em quatro jogos.
Ausência de Neymar, suspenso por excesso de cartões amarelos, não mudou o jeito de a Seleção jogar. Philippe Coutinho, sem brilho, fez a função do craque, Willian, de volta ao time, também acertou quase tudo. As outras peças se encaixaram como nas três últimas partidas. Nada assombroso, mas eficiente como manda a cartilha das grandes seleções diante de um adversário sem repertório e técnica.
Claro que ia sobrar para a Venezuela, que começou o jogo com um presente ao Brasil. De uma saída equivocada do goleiro Hernandez, Gabriel Jesus agradeceu e, com lindo toque de cobertura, fez o primeiro gol, aos 7 minutos. Um duro golpe aos donos da casa e um conforto inesperado à Seleção.
O gol de Jesus tirou a pressão do escrete. Não havia necessidade de dar intensidade ao jogo. Era se alinhar no setor defensivo, roubar a bola e buscar Coutinho e o menino prodígio do Palmeiras. Quando não, partir em sincronia com as triangulações tão a gosto de Tite. Sem medo.
A única preocupação passava pelo contra-ataque dos venezuelanos, sempre quando a bola caía nos pés do bom atacante Peñaranda, de 19 anos. Dele saíram jogadas interessantes dos donos da casa sem um final feliz. Nada mais que isso.
Se o adversário não impressionava no ataque, na defesa também cometia erros primários na marcação sem sobra e de uma lentidão absurda. Franqueou espaços generosos para Renato Augusto, Paulinho e Willian preencherem na troca de passes. Tudo certo, mas sem inspiração. Burocracia pura. Por isso, uma vantagem econômica de apenas 1 a 0.
No início do segundo tempo, a Seleção mostrou a cara de novo. Willian fez gol, em cruzamento de Renato Augusto na ponta-esquerda, aos 7. Um aviso que a hierarquia do jogo pertencia de fato ao Brasil.
Com dois gols nas costas, sem muitos recursos, coube ao técnico da Venezuela arriscar. Dudamel avançou suas peças no campo da Seleção e pediu para morrer nos contra-ataques, antes mesmo dos 25 minutos. Estava aberta a pista para Paulinho descer até a região dos gols. Perdeu dois, cara a cara com o goleiro.
Quando a goleada se encaminhava, uma queda de energia no estádio paralisou o jogo em pouco mais de 20 minutos. Na retomada da partida, o Brasil controlou as ações. Não correu grandes riscos até o apito final.
Próxima parada é contra a Argentina, time despencando na tabela – é a quinta colocada -. dia 11 de novembro no Mineirão. Um jogo feito na medida para a Seleção confirmar sua ascensão e voltar a ser respeitada.
FICHA DO JOGO
Venezuela 0 x 2 Brasil
Gols: Gabriel Jesus, aos 7 minutos do primeiro tempo. Willian, aos 7 minutos do segundo tempo.
Venezuela: Hernandez, Rosales, Angel, Velasquez Fletcher; Rincón Flores (Herrera), Juanmi (Guerra), Martínez: Rondón e Peñaranda (Otero). Técnico:Rafael Dudamel
Brasil: Alisson, Daniel Alves, Marquinhos, Miranda e Filipe Luiz; Fernandinho, Paulinho e Renato Augusto; Willian (Taison), Gabriel Jesus e Philippe Coutinho (Giuliano). Técnico: Tite
Juiz: Victor Carrillo
Cartões amarelos: Velasquez, Angel, Herrera
Local: Mérida