Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, disse no final da tarde desta sexta-feira (14/10) que “ninguém vai levar o Campeonato Brasileiro na mão grande” e afirmou que o Flamengo pressiona a arbitragem, CBF e Comissão de Arbitragem para ser beneficiado nos jogos. Nobre falou ainda que a “pressão do Flamengo é absurda” e citou a confusão no clássico carioca quando o juiz Sandro Meira Ricci levou 13 minutos para não validar o gol de Henrique do Fluminense.
“O Palmeiras está aqui hoje (em entrevista coletiva) porque chegamos ao limite. O limite de um árbitro renomado aceitar, até de maneira bisonha, aceitar ser cercado por 60 pessoas, sendo xingado. Ele aceitou aquilo de maneira passiva porque claramente tem um temor de erro contra o Flamengo”, disse Nobre.
Veja a manifestação presidente palmeirense a respeito das ações do clube carioca, vice-líder do Brasileirão com um ponto a menos que o Palmeiras:
“O Palmeiras não joga nos bastidores. Como é feita essa pressão eu não sei dizer. O que sei dizer é que tínhamos ontem o trio de arbitragem mais experiente do Brasil na atualidade. Com a pressão absurda que todos os árbitros estão sofrendo em jogos do Flamengo, mesmo os mais experientes acabaram cometendo aquela lambança. Houve 13 minutos de reunião de condomínio dentro de campo e ele anulou o gol. Foi uma balbúrdia. Em 40 anos, nunca vi nada parecido. Pega muito mal, você começa a colocar em dúvida a credibilidade do campeonato. A gente valoriza demais o Brasileiro para fazerem essa brincadeira”.
Ao lado de Alexandre Mattos, diretor executivo de futebol, e do futuro presidente Maurício Galiotte, Paulo Nobre confirmou que o clube já se posicionou sua indignação à CBF. E reforçou a revolta contra as possíveis manobras do Flamengo.
“Não tenho dúvida nenhuma que um árbitro do calibre do Sandro (Meira Ricci que apitou o clássico carioca) estava se sentindo muito pressionado. Quero saber que ser humano não fica pressionado hoje antes de jogos do Flamengo? É impossível. A cada escala há crítica, colocam em dúvida, fazem pressão. Ele ter permitido aquela balbúrdia, é claro que foi por pressão. Experiência não falta, e honesto ele é. Se não foi pressão, o que foi?”
Paulo Nobre cobrou vergonha na cara dos envolvidos no caso do clássico e o suposto favorecimento ao Flamengo.
“Eu acredito que foi escandaloso o que aconteceu ontem, por isso nos manifestamos para a família palmeirense. Acho que o Brasil todo ficou indignado ontem. Sou otimista e acredito que fatos lamentáveis como ontem não voltarão a acontecer, que as pessoas tenham vergonha na cara e joguem futebol em campo“.
O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Melo, rebateu Paulo Nobre e Peter Siemsen, presidente do Fluminense, que também havia se manifestado contra a arbitragem e ainda ameaça pedir anulação do jogo.
“Olha tô achando muito estranho tudo isso. O que mancha credibilidade do Brasileiro é a expulsão do Márcio Araujo contra o Palmeiras, colocar Mancha Verde embaixo da diretoria do Flamengo no Allianz. Gostaria de saber quem não tem vergonha na cara? Que o presidente do Palmeiras seja explícito. Quem é que não tem vergonha na cara? O clube mais prejudicado nesse campeonato , não só dentro de campo, é o Flamengo. Pensei que o presidente (do Palmeiras) fosse uma pessoa educada, mas vejo que está desesperado”, disse o presidente do Flamengo na ESPN.
Bandeira de Melo disse ainda que querem validar um gol ilegal contra o Flamengo:
“Minha opinião já dei, houve um lance claro de impedimento (de Henrique no clássico), bandeirinha deu na hora e depois por uma razão o juiz, contra opinião do bandeirinha, voltou atrás. Não consigo entender tanta confusão em cima disso aí. Acho que ele (juiz) teve ajuda do bandeirinha, não poderia ter ajuda melhor que essa. O que aconteceu depois eu não sei. Se aconteceu alguma coisa, o quarto árbitro falou, isso eu não sei. Não sei que o Palmeiras tem com isso, a não ser que está sendo pressionado pelo Flamengo”.
CBF e STJD não se manifestaram de forma oficial sobre a polêmica no clássico Fluminense 1 x 2 Flamengo e muitos menos a respeito da suposta interferência externa na decisão do árbitro Sandro Meira Ricci.
Nem poderia ser diferente, a incompetência na gestão do Campeonato Brasileiro e a falta de consenso entre os cartolas, que comandam os clubes, deixa em suspense as oito rodadas que restam para fechar o Brasileirão 2016.
Os árbitros, mais do que nunca, vão apitar pressionados em todos os jogos. Palmeiras, por decisão do seu comando, está em guerra contra o Flamengo, que também promete arrepiar.
Não consigo entender essa teoria da conspiração alegadas favor do Flamengo, quando o presidente da CBF é palmeirense declarado, e o chefe da comissão de arbitragem é de SP.
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