São Paulo continua na sua sofrida caminhada no Campeonato Brasileiro. Não consegue emplacar uma boa partida, nem convencer sua torcida de que tem um norte após a queda na Copa Libertadores. Diante de mais de 54 mil torcedores no Morumbi, nesta manhã de domingo (30/7), suou em bicas para buscar o empate por 2 a 2 contra a modesta Chapecoense.
Resultado ruim acompanhado de algum alento se o torcedor recorrer à péssima exibição contra o Grêmio no último domingo quando o time deu apenas um chute ao gol. Não foi uma evolução, apenas um espasmo de que pode reverter a trajetória de insucessos neste Brasileirão.
Antes de entrar no mérito desse empate, é preciso ficar atento aos números do técnico Edgardo Bauza. Em 48 partidas no comando do São Paulo, o argentino coleciona 18 vitórias, 13 empate e 17 derrotas. Medíocre.
ANÁLISE DO JOGO
Sofrer dois gols em casa, em apenas 11 minutos, não é um bom sinal. Ainda mais em dois lances idênticos de cruzamentos na área. Não se trata de um descuido. A questão é profunda. E mostra que Lugano e Maicon não podem formar a dupla de zaga do São Paulo. Um está com prazo de validade vencido. O outro precisa de um companheiro de mais velocidade para dar o bote nos atacantes.
Outro problema que os dois gols escancaram nos gols da Chapecoense se deu nas laterais. Bruno não é bom marcador. Carlinhos, ainda sem ritmo, não sai do chão. Buffarini pode resolver a questão na direita. Na esquerda, Mena não é muito diferente de Carlinhos.
Dúvidas à parte no sistema defensivo, do meio para frente o time até que se comportou bem. Trocou passes, girou a bola, usou a linha de fundo e obrigou o adversário a se recolher ao seu campo. Não fosse pela falta de finalização e o excesso de cruzamentos sem destino, e o São Paulo poderia ter agredido mais a Chapecoense.
Não agrediu e pagou caro com a derrota parcial por 2 a 0 – gols de Kempes e Thiago – no primeiro tempo.
No segundo, Bauza voltou com o argentino Chavez no lugar de Thiago Mendes. Trocou um volante, quase sem função, por um atacante grandalhão. Não contente, arriscou com a entrada de Luiz Araújo, aos 15, na vaga de Carlinhos – Michel Bastos recuou para lateral.
O São Paulo passou a ter quatro atacantes e empurrou ainda mais o time catarinense para dentro da sua área. De tanto bater no muro, Cueva fez o primeiro gol, aos 16. Esse gol redobrou o ânimo do Tricolor empurrado por mais de 54 mil torcedores – recorde de público no Brasileirão.
Entusiasmado, mas sem lucidez e tendo em Centurión o atacante mais inquieto, o time paulista rondou a área da Chapecoense em busca do empate. Conseguiu apenas aos 40 minutos em pênalti batido por Cueva. Empate tardio.
Nos minutos finais, Denis ainda evitou dois gols com boas defesas em chutes de Bruno Rangel e Hyoran. Salvou o São Paulo de uma derrota, mesmo que injusta, em casa.
No fim das contas, o empate mostra que Edgardo Bauza ainda não encontrou o equilíbrio de um time que sofreu perdas consideráveis com a saída de Ganso, Calleri, Alan Karderc e Rodrigo Caio (na Seleção Olímpica).
O problema é a necessidade de apertar o passo. No Brasileirão não há tempo para reajustes. Respostas devem ser dadas com urgência. O São Paulo ainda está longe da trilha dos que buscam uma solução.
FICHA DO JOGO
São Paulo 2 x 2 Chapecoense
Gols: Kempes, aos 5; e Thiego, aos 11 minutos do primeiro tempo. Cueva, aos 16 e 40 minutos do segundo tempo.
São Paulo: Denis, Bruno, Lugano, Maicon e Carlinhos (Luiz Araújo); Hudson e Thiago Mendes (Chavez); Kelvin (Pedro), Cueva e Michel Bastos; Centurión. Técnico: Edgardo Bauza.
Chapecoense: Danilo, Gimenez (Matheus Biteco), Thiego, Filipe Machado e Dener Assunção; Gil, Josimar, Cleber Santana e Hyoran; Martinuccio (Thiaguinho) e Kempes (Bruno Rangel). Técnico: Caio Júnior
Juiz: Vagner Magalhães
Cartões amarelos: Bruno, Cueva, Chavez, Hudson e Filipe.
Renda: R$ 1.290.275,00
Público: 54.996 pagantes
Local: Morumbi
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