Decisão da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) de aumentar o números de clubes brasileiros na Copa Libertadores de 2017, de 5 para 7, interfere diretamente no atual Brasileirão. O G-4 passa a ser G-6 e vira do avesso o campeonato nacional. Clubes que lutavam para não cair têm agora chance de conquistar uma vaga na competição internacional. É um afronta ao regulamento e chama atenção o interesse dos cartolas em apressar as mudanças.
Vamos entender como vai funcionar a Libertadores do ano que vem, sob o olhar do futebol brasileiro.
1. Libertadores passa de 38 clubes para 44 e vai ser disputada de fevereiro a novembro.
2. O Brasil tinha 5 vagas e passa a ter 7 – os seis primeiros colocados (G-6) do Brasileirão-2016 e mais o campeão da Copa do Brasil 2016.
3. Se o campeão da Copa do Brasil de 2016 estiver entre os seis primeiros do atual Brasileirão, o G-6 vira G-7.
Diante desse novo formato, o Campeonato Brasileiro vai sofrer uma mudança significativa e pode premiar clubes com rendimento baixo ao final da competição. Lembrando que restam 10 rodadas – 30 pontos em disputa.
Veja os casos do Coritiba (16º colocado) e Cruzeiro (15º colocado), ambos com 33 pontos, ali na beira da zona de rebaixamento à Série B. Os dois times estão a 9 pontos do G-6 – o sexto colocado é o Atlético-PR, com 42 pontos.
O São Paulo, por exemplo, tem 35 pontos e está apenas a 7 pontos do G-6, portanto com chance real de chegar à Libertadores de 2017. Antes da mudança, era quase impossível o Tricolor pensar nessa possibilidade.
Situação do Corinthians também chama atenção. Em queda livre, a cinco rodadas sem vencer, estava quase fora da briga por vaga na Libertadores. Com a mudança, está apenas 1 ponto do G-6. E pode salvar a péssima temporada do time.
Quem está na parte de cima da tabela, casos de Palmeiras, Flamengo, Atlético-MG, Santos e Fluminense, já podem dormir tranquilos. Dificilmente deixarão de se classificar à Libertadores 2017.
Veja como ficou a distribuição das vagas na Libertadores e Copa Sul-Americana no quadro abaixo divulgado pela Conmebol nesta manhã de segunda-feira (03/11):
Toda essa reviravolta, segundo cartolas da Conmebol e o presidente da Federação Paulista de Futebol, Reinaldo Carneiro Bastos (representante da CBF), presente na reunião da confederação em Bogotá quando foram definidas as mudanças, é uma forma de valorizar o futebol sul-americano.
Veja o que disse Alejandro Dominguez, presidente da Conmebol:
“Hoje em dia, o futebol sul-americano produz os melhores jogadores do mundo e conta com as torcidas mais apaixonadas. Sem dúvida, nas últimas décadas, vimos uma queda em nosso desempenho esportivo, sofremos grandes fugas de talento e perdemos fãs diante de outros mercados. Estas melhoras buscam melhorar a qualidade de nossos torneios para gerar mais receita que nos permita investir mais recursos no desenvolvimento do futebol, em todos os seus formatos, e fechar a brecha econômica que vem minando nossa competitividade esportiva”.
Análise bem subjetiva, já que a Conmebol não divulga valores dos contratos de marketing e venda dos direitos de transmissão dos jogos na televisão, indica que teremos novas e acirradas negociações com as redes de TV e clubes.
Para quem não se lembra, o maior escândalo do futebol internacional, com direito a prisão de cartolas e uma devassa na Fifa e na própria Conmebol em 2015, teve como origem a corrupção na hora de repartir o bolo dos direitos de publicidade e da TV nos campeonatos internacionais.
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