
A Conmebol ainda não se manifestou sobre os incidentes na vitória por 3 a 1 do Atlético Nacional contra o Rosário Central, em Medellín, após mais de 15 horas do jogo, valendo vaga na semifinal da Copa Libertadores. O caso mais grave é acusação do atacante Berrío, de 21 anos, de ter sofrido insultos racistas do goleiro Sosa, do time argentino, estopim da confusão geral no estádio.
“Não foi a maneira correta de desabafar, reconheço que me equivoquei, mas quando se metem com a cor da tua pele é feio. Foi um desabafo pessoal”, disse Berrío, autor do gol nos acréscimos que deu a classificação ao time colombiano. O atacante foi expulso do jogo logo após o gol.
Victor Marulanda, gerente esportivo do Atlético Nacional, disse nesta sexta-feira que o clube vai revisar os acontecimentos envolvendo seus jogadores e, se for o caso, entrar com uma representação na Confederação Sul-Americana de futebol (Conmebol) contra o Rosário Central. O dirigente também saiu em defesa da torcida do seu clube, que, na sua opinião, se comportou bem ao final do jogo após a confusão envolvendo Berrío e outros jogadores.
Casos de racismo não são uma novidade nesta Libertadores 2016. Pelo menos outros três episódios foram registrados durante a competição. Um deles envolveu um torcedor do Nacional, do Uruguai, que imitou um macaco se dirigindo a Gabriel Jesus, do Palmeiras. A Conmebol aplicou uma multa de R$ 30 mil ao Nacional.
Outro caso se deu com o treinador de goleiros do Racing, da Argentina, ao fazer gestos de que descascava uma banana em ofensa à torcida do Atlético-MG. O presidente do clube argentino demitiu o cidadão. O clube não foi punido pela Conmebol.
Até mesmo a imprensa da Argentina apelou ao racismo no jogo da primeira fase entre o Atlético Nacional e Huracán, em Medellín. Jogadores do clube argentino acusaram o árbitro daquela partida de ter facilitado a vida do time colombiano. O juiz é o negro venezuelano Jose Ramon Argote.
No dia seguinte ao jogo, o irreverente jornal esportivo Olé, de Buenos Aires, estampou uma foto de Argote sendo peitado por um atleta do Huracán com a manchete “Mão Negra”, insinuando que o árbitro teria favorecido ao Atlético Nacional.
Nos incidentes em Medellín nesta quinta-feira (19/5), mais uma vez envolvendo o Atlético Nacional, é bom aguardar um pronunciamento da Conmebol. Esse time é o adversário do São Paulo nas semifinais, daqui a um mês.
Antecedentes da Conmebol não sugerem uma punição rigorosa aos jogadores que se envolveram na confusão, muito menos a interdição do estádio do Atlético Nacional.