Flamengo e Atlético-MG, dois gigantes nas cordas

 

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Flamengo e Atlético-MG têm pouco tempo para se reinventar, sob pena de jogar fora a temporada de 2016 antes mesmo de encerrar o primeiro semestre. A queda do time mineiro na Copa Libertadores custou a saída do técnico Diego Aguirre e a eliminação do Flamengo na Copa do Brasil, antes mesmo das oitavas de final, pode abreviar a passagem de Muricy Ramalho na Gávea.

A situação do Atlético-MG pode se agravar se o comando do clube demorar para encontrar o sucessor de Aguirre. Em Belo Horizonte se tem como certo o acordo com Marcelo Oliveira, bicampeão brasileiro (2013 e 2014) com o rival Cruzeiro. Desde que foi demitido do Palmeiras, em março, Marcelo está no mercado.

Dentro do Galo, a corrida é por não deixar escorrer no ralo os altos investimentos feitos na Libertadores, com as contratações de Clayton, ex-Figueirense, por R$ 15 milhões, a chegada de Robinho, num acordo com fornecedor de uniforme, a permanência  de Lucas Pratto, bem cotado no mercado chinês, e Cazares (foto), por cerca de R$ 6 milhões.

BELO HORIZONTE / MINAS GERAIS / BRASIL  18.05.2016 Atlético x São Paulo - no estádio Arena Independência em Belo Horizonte - Copa Libertadores 2016  - foto: Bruno Cantini / Atlético MG

O clube mineiro tinha a expectativa de fechar um faturamento de R$ 253 milhões em 2016. Dessa projeção, cerca de R$ 100 milhões viriam da receita das cotas de televisão, incluindo Libertadores, Brasileirão, Mineiro e Primeira Liga. Sem a sequência na Libertadores, o faturamento vai sofrer uma bela redução. Prejuízo na certa.

Treino 19.05.2016Tudo isso deve ter um forte efeito na campanha do Atlético no Brasileirão 2016. Mais que não perder dinheiro, o clube precisa de resultados dentro de campo. Corrigir os erros cometidos por Diego Aguirre  (foto) é a prioridade.

Do lado do Flamengo, a crise é mais grave. O time acaba de ser eliminado na segunda fase da Copa do Brasil, antes de chegar às oitavas de final. A campanha é de clube pequeno, sem dinheiro. Fora da Copa, as receitas vão cair e podem respingar na rearrumação do time.

Reorganização essa que passa pelo futuro de Muricy Ramalho. O treinador está em São Paulo com sua família e médicos de sua confiança para uma avaliação do seu estado clínico, após ser internado às pressas no Rio ao sofrer uma arritmia.

Familiares não querem que Muricy (foto) volte ao Flamengo. O treinador não tem o perfil de jogar o boné. Mas ele já não dirige o time contra o Grêmio neste domingo em Porto Alegre pelo Brasileirão e pode até deixar o clube se os dirigentes entenderem que Muricy  e Flamengo não deram liga.

images-6Fora do campo, onde as coisas não andam bem desde o início da temporada, problemas também se escancaram entre os dirigentes. Um deles é decisão do presidente Eduardo Bandeira de Mello, desafeto de Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, aceitar o convite do próprio Del Nero para chefiar a delegação da Seleção Brasileira na Copa América Centenário, em junho, nos Estados Unidos.

Bandeira de Mello deve passar um mês nos EUA, longe do dia a dia do Flamengo. Quando voltar, pode ser tarde. Na mesa, com certa urgência, está a necessidade de se contratar pelo menos dois zagueiros, posição carente antes mesmo de Wallace abandonar o barco alegando ser perseguido por torcedores de uma forma injusta e ainda não ser defendido pelos dirigentes.

Outros reforços, no meio e ataque, são uma obrigação no clube. Além de se buscar a recuperação do futebol de Guerrero, um investimento de R$ 40 milhões feito há um ano sem nenhum resultado efetivo.

Assim, não é muito difícil acreditar como dois gigantes do futebol brasileiro, aclamados como times do povo, embiquem no quinto mês da temporada já na corda dos aflitos.