Tite deixou claro na sua primeira convocação da Seleção Brasileira a promessa de montar um time voltado ao ataque. Não deu detalhes, apenas ressaltou o projeto de liberar seis jogadores para atacar. E, mais importante, destacou um fato esquecido pelos últimos treinadores do escrete. “É preciso jogar bem e vencer”, disse Tite, que estreia no comando da Seleção contra o Equador, dia 1.º de setembro, em Quito, e dia 6 conta a Colômbia, em Manaus, jogos das Eliminatórias da Copa de 2018.
Na exposição de seu pensamento sobre como o Brasil vai se comportar daqui para frente fez questão de falar da “ideia brasileira de jogar futebol”. Embutiu aí o aproveitamento do ataque da seleção medalha de ouro nos Jogos do Rio. Não por acaso, chamou três atacantes do time de Rogerio Micale: Neymar, óbvio, e mais os meninos Gabriel e Gabriel Jesus. Único nome fora dessa curva foi Taison, do Shakhtar Donestk.
Se insistir nessa vertente ofensiva, pode ser mesmo uma retomada do bom futebol da Seleção, uma instituição em baixa após anos de descrédito.
Da lista dos 23 convocados, Tite chamou sete que conquistaram a medalha de ouro no sábado (20/8) no Maracanã: Neymar, Gabriel, Gabriel Jesus, Renato Augusto, Rodrigo Caio, Marquinhos e Weverton.
Dos que apareciam nas listas de Dunga, continuam os goleiros Alisson (Roma) e Marcelo Grohe (Grêmio); os zagueiros Gil, Marquinhos e Miranda; os laterais Daniel Alves e Filipe Luiz; os meias e volantes Casemiro, Renato Augusto, Willian, Lucas Lima e Phillipe Coutinho; e os atacantes Gabriel e Neymar.
Dos remanescentes da Copa de 2014, sobraram Daniel Alves, Marcelo, Neymar, Willian e Paulinho, que só volta agora depois do fracasso no Mundial.
Dos que chegam agora com Tite, aparecem Weverton, Giuliano (ex-Grêmio e hoje no Zenit), Taison (Shakhtar Donestk) e Rafael Carioca (Atlético-MG).
Cabe ainda ressaltar que o treinador chamou quatro jogadores com quem trabalhou no Corinthians, casos de Fagner, Gil, Paulinho e Renato Augusto.
Veja o que disse Tite na sua primeira coletiva após a convocação
“Eu não gosto de ser o cara que quer ser o pessimista, mas também não quero ser o otimista irresponsável, dizer que está tudo bem e ficar fascinado pelo posto que estou no momento. O real é que a gente precisa entrar na zona de classificação (da Copa 2018), ter resultado. Mas antes do resultado vem o desempenho, jogar bem. Que a equipe tenha ofensividade, criação e também consistência de marcação. Esses três fatores têm que andar juntos”
“Eu tenho ideias de futebol. Temos uma ideia brasileira, de que mais do que sistema, números de meias ou atacantes, a ideia principal está um pouco mais além, mais acima. Como a dinâmica da equipe responde. Uma ideia que está em compreensão além de que uma equipe ofensiva tem dois ou três defensores ou três ou quatro atacantes. Eu busco ser equilibrado. Uma ideia é clara: seis jogadores liberadores para o ataque. Se são os laterais, dois meias, isso é outro aspecto”
“Jogando de 9, ele (Gabriel Jesus) permanece como goleador do campeonato. Ele pode jogar pelo lado, mas de 9 ele tem sido o goleador com o tamanho da dificuldade que é o Campeonato Brasileiro”
“Dois jogadores foram trabalhados para esse função de 9, o Jesus e o Gabigol. Há um legado dentro da Seleção com relação ao Dunga e ao trabalho realizado. O Gabigol de 9 teve um grande desempenho. Teve o jogo contra o Peru e uma parte que jogou contra Equador e Haiti”
“O Neymar pode trabalhar em uma ou outra, onde ele tenha uma rotina maior no lugar. Nos clubes onde esteve, onde se sente mais confortável é do lado esquerdo. Mas pode ser utilizado de forma central, dependendo do jogo. Mas sempre observado e deixando o atleta onde ele se sente mais confortável, pois ali ele produz mais”
“Eu gostaria que tivesse uma conotação diferente de “parças”. Tem uma conotação de privilégio, e eu não busco. Eu acompanhei o Taison in loco, ele joga numa posição que me dá a possibilidade de jogar com uma forma, com dois atacantes centralizados, com jogo apoiado e ter triangulações. É assim que ele tem jogado. E o Giuliano há duas temporadas tem jogado bem. O Paulinho fala por si só. Se eu tivesse assim, falando de “Parças”, eu traria o Elias. Não foi fácil deixar ele de fora, foi meu jogador até ontem. Mas falando de um ritmo e retomada de seu padrão normal. Tento, na medida do possível, ser justo e avaliar o momento.”
OS 23 CONVOCADOS
Goleiros
Alisson (Roma)
Marcelo Grohe (Grêmio)
Weverton (Atlético-PR)
Laterais
Daniel Alves (Juventus)
Fagner (Corinthians)
Marcelo (Real Madrid)
Filipe Luís (Atlético de Madrid)
Zagueiros
Gil (Shandong Luneng)
Marquinhos (PSG)
Miranda (Inter de Milão)
Rodrigo Caio (São Paulo)
Volantes
Casemiro (Real Madrid)
Rafael Carioca (Atlético-MG)
Meias
Renato Augusto (Beijing Goan)
Willian (Chelsea)
Philippe Coutinho (Liverpool)
Paulinho (Guangzhou Evergrande)
Lucas Lima (Santos)
Giuliano (Zenit)
Atacantes
Neymar (Barcelona)
Gabriel Jesus (Palmeiras)
Gabriel (Santos)
Taison (Shakhtar Donestk)