Futebol brasileiro se despede da temporada 2016 neste domingo. Nas últimas semanas, escancarou nossas mazelas e premiou quem teve mais ousadia. E se fechou em luto e reflexão com a tragédia da Chapecoense. Em 2017, quando completaremos três anos do 7 a 1, se espera uma reflexão mais profunda a respeito do buraco em que nos metemos.
Vamos fechar a cortina de 2016 com a patifaria a cargo do Internacional de Porto Alegre. Atolado até a boca, desesperado, aguarda um milagre na última rodada do Brasileirão para se salvar dentro de campo. Fora, seus dirigentes se perderam em declarações e atitudes de quem não tem razão.
O caso Victor Ramos é bem ilustrativo. Cartolas vasculham o lixo do futebol em busca de uma prova que o jogador do Vitória jogou sem estar regularizado, portanto o clube baiano deveria ser punido com perda de pontos e, assim, salvaria o Inter da degola. Essa história virou caso de polícia com a denúncia da CBF, entidade nada insuspeita, de que o clube gaúcho usou documentos falsos na ação no STJD.
Precisar dizer mais?
Ainda neste mar de besteiras, outra fanfarronice vem do Sul. Dessa vez na voz de Renato Gaúcho, campeão da Copa do Brasil no comando do Grêmio. Diz Renato: “Quem não conhece futebol, tem de estudar na Europa. Quem conhece, pode ir para praia.” Sem mais comentários. Sem falar na insistência em exibir sua filha, Carol Portaluppi, após as conquistas do time.
E vamos continuar no ridículo se não fosse sério ao nos debruçarmos no Atlético-MG. Depois de levar uma esfrega do Grêmio no primeiro da decisão da Copa do Brasil em Minas, demitiu o técnico Marcelo Oliveira antes da partida final. Deu no que deu. Não conseguiu reverter a desvantagem, perdeu o título e viu seus jogadores se envolverem em brigas com os gremistas – não entramos aqui no mérito de quem começou a confusão.
Esses fatos resumem as últimas semanas do futebol no Brasil. Na temporada inteira, tivemos crescimento da violência, apesar do aumento da repressão das forças de segurança.
Do lado da bola em si, a boa nova fica com queda de Dunga, o retrocesso do retrocesso, e a chegada de Tite na Seleção Brasileira. O ex-treinador do Corinthians deu um sopro de vida ao time do Brasil.
A destacar ainda a presença marcante de Gabriel Jesus, uma esperança de que teremos mais um protagonista além de Neymar em 2017.
Cabe um elogio ao Palmeiras, que voltou forte ao grupo dos campeões com a conquista do Brasileirão depois de 22 anos sem levantar essa taça.
Por fim, o lamento e a dor com a tragédia da Chapecoense. Dizimado com a queda do avião, provocou uma comoção mundial. A expectativa é como esse clube vai se reconstruir em meio às lágrimas e o vazio.